Dicas de como escolher um bom cartão de crédito em 2022

Dicas de como escolher um bom cartão de crédito em 2022

26 de julho de 2022 0 Por admin

 

Ter um cartão de crédito apresenta diversas vantagens, não é mesmo? Com ele, é possível organizar melhor as finanças, pagando por algumas compras apenas no mês seguinte, parcelando produtos de maior preço e recebendo benefícios, como acúmulo de milhas de viagem. Sem dúvida, o uso do crédito pode ser muito benéfico.

 

Entretanto, ele também pode se transformar em um vilão da sua vida financeira se você não souber utilizá-lo da melhor forma. E, entre os cuidados essenciais, está exatamente a escolha do cartão de crédito. Afinal, são muitas as opções e pode ser difícil decidir.

 

Até pouco tempo as opções de cartão de crédito não eram nem a metade do que se tem hoje. Mas o sucesso de novas instituições financeiras e a procura cada vez maior por cartões mais vantajosos resultou em uma carta grande de opções no mercado.

 

1) Construa um bom relacionamento com o seu banco desde cedo

 

Não é fácil conseguir um cartão de crédito Black ou Infinite logo de cara. É preciso começar de baixo. O meu primeiro cartão de crédito foi um Ourocard Universitário, aquele laranjinha, sabe? Ele estava incluso no pacote quando abri minha conta universitária no Banco do Brasil em 2011 (eu era calouro… parece que foi ontem, mas já se passaram 10 anos). O limite era de apenas R$ 400, o acúmulo de pontos era super baixo e não tinha quase nenhum benefício.

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Mesmo com pouco “incentivo”, eu sempre concentrei as minhas compras no cartão por menor que fossem os valores. Lembro de colegas que falavam que não utilizavam o cartão pois o limite era muito baixo, enquanto eu, muitas vezes, fazia pagamentos avulsos da fatura para liberar o limite e poder continuar usando o cartão. Afinal, para quem tinha passado no vestibular, “driblar” um limite baixo não era lá um grande desafio.

 

Algum tempo depois, eu já estava almejando o Ourocard Gold, um cartão dourado com uma cara mais madura e com alguns benefícios a mais. Mas como chegar até ele? Eu tratei logo de pedir um comprovante de renda da empresa onde eu estagiava e levei ao banco. Sim, fui no banco. Peguei uma senha de atendimento e fiquei lá sentado esperando para ser atendido e mostrar o meu comprovante de renda com o meu mega salário (só que não), torcendo para que o tal “cartão ouro” fosse liberado – e foi!.

 

A história não termina aqui, mas o ponto que destaco é a importância em, desde cedo, começar a utilizar serviços bancários (conta corrente, poupança, aplicações, cartão de crédito, etc). Usando esses serviços, por mais simples que sejam, você irá criar um vínculo com o seu banco que se fortalecerá com o tempo e, consequentemente, poderá abrir portas para produtos e serviços bancários melhores – inclusive melhores cartões!.

 

2) Pague sempre o valor total da fatura do seu cartão de crédito, sem atrasos

 

A segunda dica parece óbvia, mas é muito válida. Os bancos valorizam os clientes que honram o pagamento de suas faturas em dia e, consequentemente, trazem menor risco. É importante comprar apenas o que estiver dentro do seu orçamento e que seja uma real necessidade para você. Afinal, cartão de crédito é brinquedo de gente grande.

 

Existem dois tipos de usuários de cartões de crédito: aqueles que compram mais do que podem pagar, pagam o valor mínimo da fatura e entram no rotativo, até inadimplência, e os que utilizam o cartão com responsabilidade, pagam suas faturas integralmente todos os meses e tiram proveito dos benefícios que os cartões podem oferecer, como as milhas, salas VIP, descontos em cinemas e teatros, entre outros. Qual usuário você prefere ser? Eu fico com a segunda opção.

 

Claro que emergências acontecem. Podemos ficar doentes, desempregados, nos envolver em um acidente de trânsito, precisar comprar uma passagem aérea de última hora para fazer uma entrevista de emprego em outra cidade (essa última já aconteceu comigo), entre outros eventos aos quais estamos sujeitos diariamente.

 

No entanto, o cartão de crédito NÃO deve ser usado em situações em que você não tenha como pagar a “bolada” no final do mês. Os juros são altíssimos e sua dívida vai crescer exponencialmente em uma velocidade mais rápida que a da luz (para a história ficar ainda mais triste, saiba logo que juros, multas e encargos financeiros lançados na fatura não geram milhas).

 

Nesses casos, contrate uma linha de crédito mais barata, como empréstimo pessoal, ou consignado. Lembre-se da primeira dica e procure seu banco de relacionamento mais forte, ele poderá ser a sua opção mais barata.

 

Caso tenha dificuldade em se lembrar de pagar suas faturas em dia, existe a opção de programar o pagamento delas em débito automático (opção favorita dos bancos pois reduz o risco de você pagar a fatura com atraso). Outra dica é baixar o app do banco e habilitar as notificações de fechamento da fatura, data de vencimento e liberação de limite para não passar vexame.

 

Eu mesmo já paguei uma fatura com um dia de atraso e fui “premiado” com a cobrança de juros e multa no mês seguinte. O valor que o banco me cobrou era suficiente para ir ao melhor rodízio japonês da cidade com direito a sobremesa (sim, foi bem triste).

 

3) Transfira todos os gastos possíveis para o cartão de crédito

 

Lembra que eu falei que compro tudo com o cartão de crédito? Pois é, eu compro mesmo e você deve fazer o mesmo tanto para acumular mais pontos como para chegar mais perto de um cartão de crédito melhor. Hoje em dia, além das compras do cotidiano, existem diversos serviços que podem ser pagos com cartão, como TV a cabo, conta de celular, internet e serviços de streaming (Netflix, Spotify, Deezer,etc). Lembre-se que cada centavo conta.

 

Já passei por incontáveis situações em que paguei valores pequenos com o cartão de crédito e notei uma certa desaprovação de vendedores, lojistas e até de amigos. Eles que me perdoem, mas se eu tenho vergonha de alguma coisa nesta vida é de pagar qualquer coisa em dinheiro vivo. Meu pensamento é: se eu não pagar com cartão de crédito, eu não acumulo pontos e não viajo.

 

Uma dica interessante é a possibilidade de realizar o pagamento de contas e boletos utilizando o cartão de crédito. Essa opção já existe há bastante tempo e fez a festa dos milheiros em outras épocas, porém perdeu muito do seu encanto em função das taxas cobradas pelos bancos.

 

Existem ainda carteiras digitais que permitem o pagamento de pequenas contas com o cartão sem taxas ou com valores menores do que os cobrados pelos bancos. Alguns exemplos são Mercado Pago, RecargaPay, PicPay, Iti Itaú, dentre outros. A jogada é aproveitar o que estiver disponível de forma gratuita em cada app para gerar milhas com despesas que você já possui.

 

Além disso, sempre tem aquele amigo(a) ou parente que precisa fazer uma compra grande como uma geladeira, televisão ou uma passagem aérea (de preferência de alguma promoção do Melhores Destinos) mas não tem cartão de crédito. Se a pessoa for de sua total confiança e pagar à vista, que mal ajudar usando seu cartão? A pessoa compra o que precisa, você acumula os pontos, aumenta sua movimentação no cartão e ainda vai ter feito uma boa ação. Você garante mais uma estrelinha para sua entrada no céu e milhas para viajar.

 

Uma maior movimentação no cartão vai te ajudar a conquistar mais limite e cartões melhores. Os bancos estão constantemente acompanhando o comportamento financeiro dos seus clientes para oferecer produtos compatíveis com o seu perfil.

 

4) Trabalhe seu limite de crédito

 

Agora que você já tem uma movimentação bem animada no seu cartão, é importante também ter um bom limite de crédito. Confira nosso post com dicas de como aumentar o limite do seu cartão de crédito.

 

Uma das coisas que eu sempre fiz com os meus cartões foi, de tempos em tempos, ligar na central de atendimento para solicitar aumento de limite. Atualmente esse pedido já pode ser feito de forma mais prática pelo aplicativo do banco. Mas qual era a minha intenção? Bom, primeiro pelo simples fato de que os limites dos meus primeiros cartões eram vergonhosos. Segundo que ter um limite alto (mesmo que você não o utilize completamente) pode abrir portas para outros cartões.

 

Na medida em que o banco vai lhe confiando mais crédito e você vai utilizando ele com responsabilidade, maiores suas chances de você avançar para as variantes mais poderosas do cartão. Seria ilógico para o banco ter um cliente com R$ 20 mil de limite utilizando um produto básico como um cartão de crédito universitário.

 

Sabendo usar, os limites só lhe trarão benefícios. A princípio o seu limite pode ser uma porcentagem do valor da sua renda e com o tempo pode chegar a ser até 10 ou 15 vezes maior. Alguns bancos permitem ainda que você transfira o limite de crédito de outros produtos como cheque especial para o cartão. Essa dica é boa tanto para turbinar o seu limite no cartão, como para reduzir o risco de você utilizar o limite do cheque especial (que deveria se chamar “cheque espacial” de tão caro que é também).

 

Ao longo do tempo eu consegui esticar bastante os meus limites e hoje eles somam um valor bem maior que a minha renda mensal.

 

5) Não leve tão a sério a renda mínima exigida pelo banco

 

Os cartões mais exclusivos do mercado exigem renda de R$ 20 mil, podendo chegar até R$ 30 mil, além de aplicações no banco e outros requisitos surreais para a maioria das pessoas. Isso significa que todas as pessoas que usam tais cartões possuem essa renda? A resposta é não. Uma pessoa pode ter uma super renda comprovada e ter o cartão negado e outra, que tem uma renda menor, pode ter o cartão aprovado. Mas por que isso acontece?

 

Ao invés de considerar a renda do cliente um fator decisivo na liberação dos cartões, os bancos estão dando maior importância para a capacidade financeira do cliente em honrar seus pagamentos. Um dos motivos seria a quantidade crescente de atividades informais exercidas pelos brasileiros. Mas como os bancos analisam o risco de um cliente além da sua renda comprovada? Eles utilizam poderosas ferramentas de consulta (como Serasa Experian e SPC Boa Vista, por exemplo) para analisar o perfil financeiro de cada cliente.

 

Essas empresas cruzam os dados da sua movimentação financeira e grau de endividamento em diferentes bancos de dados e lhe classificam com uma pontuação (o chamado score de crédito) de risco para o banco. Quanto maior for a sua classificação nesses indicadores, maiores serão as suas chances de ter a sua proposta aprovada. Ou seja, a renda do cliente é sim um dos diferentes critérios utilizados pelo banco, mas ela não é decisiva.

 

Para consultar seu score, basta acessar gratuitamente o site do Serasa Score ou do SPC Boa Vista. Cada um calcula um score diferente de acordo com os dados que dispõem. Então, é normal que haja uma diferença na pontuação apresentada em cada portal. É importante ficar sempre de olho, pois qualquer variação pode impactar quando você solicitar crédito a alguma instituição. Saiba mais sobre o score de crédito.

 

Conseguir um bom cartão de crédito é uma das resoluções de Ano Novo de muitas pessoas. E vale a pena: um cartão de crédito “premium” traz muitos benefícios e pode ser a chave para viajar mais, melhor e pagando menos.